quinta-feira, 10 de junho de 2010

BLOOMSDAY



No dia 16 de junho comemora-se (na Irlanda é feriado!!) o dia no qual se passa um dos mais interessantes livros de todos os tempos. Ulisses de James Joyce.

E eu, morrendo de inveja (invejinha boa, aham) de quem estará em São Paulo nesse período, pois lá rola uma programação especial de três dias para a data, estarei aqui no Rio fazendo o que posso para comemorar também.

Abaixo, a única programação do dia aqui no Rio que encontrei. Tendo novidades, posto.

A todos os leitores/pesquisadores/decifradores/admiradores de Ulisses, desejo um feliz Bloomday.



CONCERTO JAMES JOYCE
Dia 16 de junho de 2010, às 20h
Kevin McDermott, tenor
Ralph Richey, piano

No dia 16/6, quarta-feira, às 20h, o Instituto Moreira Salles do Rio de Janeiro promove um concerto em comemoração ao Bloomsday, como é chamado – em celebrações no mundo todo – o dia em que se passa o romance Ulisses, de James Joyce. Com a participação do tenor Kevin McDermott e do pianista Ralph Richey, a récita é constituída de exibições vocais que exploram obras do escritor irlandês: Música de câmara (1907), Dublinenses (1914), Um retrato do artista quando jovem (1916), Ulisses e Finnegans wake (1939).

Segundo McDermott, “mesmo sem conhecer sequer uma palavra das obras de Joyce, o leitor pode entender e se deliciar com a música que perpassa o texto como um snapshot (instantâneo) de música vocal nos países de língua inglesa da virada do século XIX para o século XX”.

Os ingressos custam R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia).

Clique aqui para ver o folder com detalhes do programa.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Dias de Luta

Não é possível nos distanciarmos de nós mesmos a ponto de conseguirmos uma opinião minimamente imparcial sobre nossos atos. Vivendo eu erro, mas com a certeza de que sempre fui o melhor que eu pude ser. É, as vezes isso é bem pouco.
Hombridade é qualidade rara hoje em dia. Não sou apocalíptica. Não acho que hoje é pior do que no passado. Mas algumas palavras e alguns valores perderam o uso e para mim é muito difícil ver que as pessoas não entendem mais a importância e a força da palavra. O verbo.
Em tempos de internet, quantas preciosas oportunidades de silenciar são perdidas...

Assumir erros e buscar o auto-aperfeiçoamento. É o que há.

Abç. Com vcs, Ira.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Escolhendo


A vida tem vários níveis. Nós tentamos dançar, saltar ou tropeçar por entre os níveis de vida que nos são apresentados. E os níveis são tantos que alguns de nós, simplesmente decide ignorar determinados níveis, tendo em vista que caminhar por alguns poucos níveis já é bastante difícil.
Não me olha assim. Eu sei que ficou rocambolesco, mas vou explicar.
Sabe aquela coisa de nós, mulheres, termos que ser mães, profissionais, donas-de-casa e etc? Pois é, os níveis de vida são instâncias onde podemos ou temos que transitar. Uma pessoa pode, por exemplo,  cobrar de si conhecimento de política para ser um cidadão atuante. Este mesmo precisa de tempo para o aperfeiçoamento profissional, fora o tempo do trabalho em si. Mas deverá também ter tempo para um saudável relacionamento social. Tudo sem deixar de estar com sua família tempo o suficiente para que jamais lhes falte carinho e atenção.  Seria perfeito. Mas, perfeição é uma teoria e ninguém sabe exatamente o que é já que nunca ninguém alcançou a dita cuja.
Algumas pessoas (algumas = todas), achando que dar conta de tudo isso é tarefa para alguém que viva em uma dimensão onde o tempo corra mais devagar, apenas deletam alguns desses níveis. Eles ainda existirão, mas não mais para aquela pessoa. É uma escolha digna. A intensão é alcançar a satisfação e obter um resultado melhor nos, muitas vezes, poucos níveis aos quais se dedica. Já viram a cara que certas mulheres bem sucedidas profissionalmente fazem para outra mulher que seja "apenas" dona de casa? O desprezo que recebem as pessoas que decidem não embarcar em níveis socialmente pestigiados é revoltante.
Mas como abrir mão de níveis que fazem parte de sua vida, que mesmo abandonando ainda estarão impregnados do seu mundo? Como abdicar de ser um cidadão ou de ser um bom pai ou ainda, abdicar de si?
Ainda mais, como abandonar parte de sua vida sem prejuízo de si?
Saber-nos é demasiado inquietante. 
Tentar pensar nestes níveis de vida e em como escolher os níveis a priorizar me faz pensar em níveis de real. O que para mim é mais real? A mensuração parte de mim, em um movimento interior-exterior. E vou construindo meus níveis de vida a partir de o que para mim é mais real. Tudo é e não é. Você precisa identificar o grau de realidade das coisas para você.

"Estranho o destino dessa jovem mulher, privada dela mesma, porém, tão sensível ao charme das coisas simples da vida..."  Amélie Poulain  -> Adoro esse filme.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Mas (nun é que) é carnaval...

O carnaval chegou. Não sou eu a melhor das foliãs, mas a despeito disso adoro o clima da coisa, a festa, a alegria e, claro, o feriadão.
Sendo do Rio,  o carnaval para mim é o de blocos de rua, do bom malandro, das melindrosas e odaliscas... E o futebol das piranhas (homens fantasiados de mulher) que abusam na criatividade e no batom vermelho. As crianças fantasiadas para onde quer que forem; os irritantes, mas indispensáveis, bate-bolas; os churrascos nas casas dos amigos assistindo ao desfile; e o engov. Ah o bom amigo engov...

Então vamos para o enquenta. Selecionei uns vídeos de sambinhas pitorescos muito apreciados por mim.

Beijos e bom carnaval.



ó o Pierrot de novo










sábado, 30 de janeiro de 2010

Um pouco de Educação

Dias desses, assistindo a um programa no canal Globo News sobre o ensino da matemática, me coloquei a pensar sobre o ensino no Brasil. Não tenho muitos dados sobre o ensino em outros países, mas sei bem como funciona aqui.
Fui aluna de escolas públicas e não preciso dizer que não foi um ensino de primeira. Mas espera um pouco antes de sentir pena de mim, não foi nenhum caos. Observando hoje, como mãe, percebo que a maioria das escolas particulares medianas (aquelas em que maioria dos filhos da classe média estuda) não oferece ensino muito superior do que recebi há 20 anos na rede pública.  Hoje o ensino de um modo geral piorou? Na minha opinião a escola piorou, é verdade, mas a educação (não a da escola, mas a dos pais) piorou também. E muito.

imagem de "http://www.pablopinheiro.com.br/?p=87"


Em uma escola mediana, um aluno que receba cobrança constante dos pais poderá ter um desempenho muito bom.  Mas o que se vê é que as crianças têm determinado o próprio ritmo. Assim como podemos presenciar, muito facilmente, a falta de respeito das crianças e adolescentes por seus professores e adultos em geral, vemos que algo muito anterior à escola está se deteriorando.
Se você tem mais de 30 anos com certeza deve se lembrar dos últimos dias em que os jovens davam lugar aos mais velhos, jamais falavam um palavrão diante de uma senhora, e tratavam os pais, tios e mais velhos por senhor, senhora. Não por submissão, mas por respeito. Por saber intuitivamente que, quando somos jovens ainda estamos galgando os passos para a maturidade e que os adultos são o suporte para essa caminhada.
É claro que o programa não falava sobre isso, mas em um pequeno trecho, dizia (mais ou menos) que para um bom resultado no aprendizado é preciso de bons professores, atualizados e engajados, mas essencialmente se faz necessário o apoio e a assistência em casa.
_ Ó, mas eu trabalho.
_Ah, mas não tenho tempo.
É, ninguém falou que era fácil.
Nossa espécie adora o caminho mais fácil. Compreensível, é uma habilidade inata, relativa ao “Homo”.  A tarefa mais difícil agora é manter o posto de “Sapiens”.
bjs